A população indígena da Amazônia é dividida em 6 troncos
lingüisticos: Tupi, Karib, Tukano, Jê, Pano e Aruaque. As tribos
habitantes do Acre são principalmente dos troncos Pano e Aruaque. Ao
Pano pertencem os Kaxinawás, Yawanawás, Poyanawás, Jaminawás, Nukuinis,
Araras e Kaxararis. Ao tronco Aruaque pertencem os Kulinas e os Kampas.
Também são habitantes na área atual do Acre os Katukinas, os Machineris e
alguns grupos isolados sem contato. Os Indios vivem da caça, pesca,
agricultura e do extrativismo. Eles plantam mandioca, milho, algodão,
tabaco e vários frutos. Nas comunidades existem os curandeiros chamados
"pajés" que transmitem seu conhecimento sobre rituais e plantas
medicinais oralmente aos seus sucessores. Os rituais de alguns povos
indígenas na área do Acre são acompanhados com a ingestão da "Ayahuasca"
ou "Yagé", uma bebida alucinógena feito de certos cipós e folhas. O
pensamento da sociedade indígena é bastante diferente: geralmente não
existe o mesmo conceito de propriedade como no mundo "envolvido". Também
a maneira como se faz decisões em respeito à aldeia ou à tribo não é na
mesma forma linear hierárquica. Estas e outras diferenças da
mentalidade indígena levaram a muitos preconceitos contra os índios,
como que eles seriam mentirosos e não confiáveis. Estes preconceitos
sempre serviram como justificativa para a discriminação e extinção dos
índios.
História dos Índios
Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, estima-se
que havia por aqui cerca de 6 milhões de
índios.
Passados os tempos de matança, escravismo e catequização
forçada. Nos anos 50, segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, a população
indígena brasileira estava entre 68.000 e 100.000 habitantes. Atualmente
há cerca de 280.000 índios no Brasil. Contando os que vivem em centros
urbanos, ultrapassam os 300.000. No total, quase 12% do território
nacional, pertence aos índios.
Quando os portugueses chegaram ao
Brasil, havia em torno de 1.300 línguas indígenas. Atualmente existem
apenas 170. O pior é que cerca de 35% dos 210 povos com culturas
diferentes têm menos de 200 pessoas.
Será o fim dos índios?
Apesar do "
Dia do Índio", que é comemorado no
dia 19 de Abril, não tem nada para se comemorar. Algumas
tribos
indígenas foram quase executadas por inteiro na década de 70 em
diante, enquanto estavam fora de seu habitat, quase chegaram a
extinção, foram ameaçados por epidemias, diarréia e estradas. Mas hoje, o
que parecia impossível está acontecendo: o número de índios no Brasil e
na Amazônia está aumentando cada vez mais. A taxa de crescimento da
população indígena é de 3,5% ao ano, superando a média nacional, que é
de 1,3%. Em melhores condições de vida, alguns índios recuperaram a sua
auto-estima, reintroduziram os antigos rituais e aprenderam novas
técnicas, como pescar com anzol. Muitos já voltaram para a mata fechada,
com uma grande quantidade de crianças indígenas.
"O fenômeno é semelhante ao
baby boom do pós-guerra,
em que as populações, depois da matança geral, tendem a recuperar as
perdas reproduzindo-se mais rapidamente", diz a antropóloga Marta
Azevedo, responsável por uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos em
População da Universidade de Campinas.
Com terras garantidas e população crescente, pode parecer que a
situação dos índios se encontra agora sob controle. Mas não! O maior
desafio da atualidade é manter viva sua riqueza cultural.
Organização e sobrevivência do grupo
Os índios brasileiros sobrevivem utilizando os recursos
naturais oferecidos pelo meio ambiente com a ajuda de processos
rudimentares. Eles caçam, plantam, pescam, coletam e produzem os
instrumentos necessários a estas atividades. A terra pertence a todos os
membros do grupo e cada um tira dela seu próprio sustento.
Existe uma divisão de tarefa por idade e por sexo: em geral
cabe a mulher o cuidado com a casa, das crianças e das roças; o homem é
responsável pela defesa, pela caça (que pode ser individual ou
coletiva), e pela colheita de alimentos na floresta.
Os mais velhos - homens e mulheres - adquirem grande respeito
da parte de todos. A experiência conseguida pelos anos de vida
transforma-os em símbolos de tradições da tribo.
O pajé é uma espécie de curandeiro e conselheiro espiritual.
Garimpeiros invadem as terras indígenas
Entre os povos ameaçados estão os Ianomâmis, que foram os
últimos a ter contato com a civilização. Sua população atual chega a
pouco mais de 8.000 pessoas. O encontro com garimpeiros, que invadem
suas terras, trazem doenças, violência e alcoolismo. Entre os índios, os
garimpeiros são conhecidos por outro nome: os "comedores de
terras". Calcula-se que 300.000 garimpeiros entraram ilegalmente em
terras indígenas na Amazônia. Mas o problema não é insolúvel. Na aldeia
Nazaré, onde moram 78 Ianomâmis, foram expulsos pela Polícia Federal.
Permanece a questão de como ficará o índio num mundo
globalizado, mas pelo menos já se sabe o que é preciso preservar.
O chefe da tribo
Os índios vivem em aldeias e, muitas vezes, são comandados por
chefes, que são chamados de cacique, tuxánas ou morubixabas. A
transmissão da chefia pode ser hereditária (de pai para filho) ou não.
Os chefes devem conduzir a aldeia nas mudanças, na guerra, devem manter a
tradição, determinar as atividades diárias e responsabilizar-se pelo
contato com outras aldeias ou com os civilizados. Muitas vezes ele é
assessorado por um conselho de homens que o auxiliam em suas decisões.
Alimento - pesca
Além de um conhecimento profundo da vida e dos hábitos dos
animais, os índios possuem técnicas que variam de povo para povo. Na
pesca, é comum o uso de substâncias vegetais (tingui e timbó, entre
outras) que intoxicam e atordoam os peixes, tornando-os presas mais
fáceis. Há também armadilhas para pesca, como o pari dos teneteharas -
um cesto fundo com uma abertura pela qual o peixe entra atrás da isca,
mas não consegue sair. A maioria dos índios no Brasil pratica
agricultura.
Algumas tribos indígenas da
Amazônia:
- Arara
- Bororo
- Gavião
- Katukina
- Kayapó
- Kulína
- Marubo
- Sateré - Mawé
- Tenharim
- Tikuna
- Tukâno
- Wai-Wai
- Yanomami
Cultura indígena
O esforço das autoridades para manter a diversidade cultural
entre os índios pode evitar o desaparecimento de muita coisa
interessante. Um quarto de todas as drogas prescritas pela medicina
ocidental vem das plantas das florestas, e três quartos foram colhidos a
partir de informações de povos indígenas.
Na área da educação, a língua tucana, apesar do pequeno número
de palavras, é comparada por lingüistas como a língua grega, por sua
riqueza estrutural - possui, por exemplo, doze formas diferentes de
conjugar o verbo no passado.
Ritos e mitos
No Brasil, muitas tribos praticam ritos de passagem, que marcam
a passagem de um grupo ou indivíduo de uma situação para outra. Estes
ritos se ligam a gestação e ao nascimento, à iniciação na vida adulta,
ao casamento, à morte e a outras situações.
Poucos povos acreditam na existência de um ser superior
(supremo), a maior parte acredita em heróis místicos, muitas vezes em
dois gêmeos, responsáveis pela criação de
animais, plantas e
costumes.
Arte
A arte se mistura a vida cotidiana. A pintura corporal, por
exemplo, é um meio de distinguir os grupos em que uma sociedade indígena
se divide, como pode ser utilizada como enfeite. A tinta vermelha é
extraída do urucum e a azul, quase negro, do jenipapo. Para a cor
branca, os índios utilizam o calcário. Os trabalhos feitos com penas e
plumas de pássaros constituem a arte plumária indígena.
Alguns índios realizam trabalhos em madeira. A pintura e o
desenho indígena estão sempre ligados à cerâmica e à cestaria. Os cestos
são comuns em todas as tribos, variando a forma e o tipo de palha de
que são feitos. Geralmente, os índios associam a música instrumental ao
canto e à dança
Mais em:
http://www.webciencia.com/09_indios.htm#ixzz1xWkanHAh
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